terça-feira, 12 de agosto de 2008

Trem Parador

Na manhã de 09 de janeiro do ano de 2008 ela acordara por volta das seis e trinta da manhã, mas para seus afazeres já se fazia tarde. Tomou um banho gelado para despertar do sono que ainda a levara até o chuveiro. Escovou os dentes e penteou os cabelos. Quase saiu até a estação de bicicleta, mas o pneu estava vazio...Esqueceu o dinheiro da passagem em casa, e no meio do caminho fala mil coisas amaldiçoando o seu dia. Mal ela sabia que uma incrível recompensa lhe esperava no caminho. Corre muito para não perder o último trem – o das 7:41 – que ainda lhe dava esperança de chegar no horário.
Depois de tanto se apressar, e perguntar ao bilheteiro se seu trem já havia passado, e ouvir uma resposta positiva - para ela, negativa...- desce as escadas, com o cigarro ainda aceso, com todo o gás que ainda lhe restava, e é assim que tudo começa...
Ela adentra cheia de pressa no primeiro vagão de um trem parador, com a intenção de desembarcar em Deodoro, para pegar um rápido, pois já passava das oito da manhã, e seu trabalho a esperava ás nove em Copacabana, levando em consideração que o bairro de Magalhães Bastos, onde mora, fica a quase duas horas do bairro de Copacabana...Ao entrar, ainda ofegante devido a corrida para não perder o trem,se depara com um rapaz de aparência familiar,diga-se de passagem muito bonito. Alto com cabelos dourados e lindos olhos verdes. Eles se olharam. Passou a estação de Deodoro, onde desceria. Ela ainda não conseguia acreditar que seu 1,53m de altura, seus cabelos ainda curtos e cacheados e sua pele de tom bronzeado teriam sido capazes de despertar olhares ao tal príncipe...
Esboçando um sorriso, ele a olhou. Sem saber o que fazer, ela muito sem jeito corresponde. Um homem que estava entre os dois sorri também e assim que vaga um lugar noutro canto do vagão se retira e deixa na cena apenas o mocinho e a mocinha. Já na estação de Engenho de Dentro, ele a pergunta onde ela desce. Ela responde que na Central, ele sorri e diz conversam lá. Os olhares perduram por toda a viagem...E chegando na Central do Brasil, sem que combinassem, esperam o trem esvaziar, deixam todo mundo descer, pra depois se conhecerem.
Conversaram por no máximo quinze minutos, o suficiente para ela esquecer que ainda estava atrelada num relacionamento frio e sem futuro,o suficiente para ela passar os próximos dias ansiosa esperando seu telefonema,já que ela não pegou seu número,para não se antecipar.
Na quinta feira, dois dias depois, seu telefone toca em seu trabalho, de tardinha...Mais ou menos ás 3:30/4:00...Ela atende, e surpresa já o chama por um apelido...O diminutivo de seu nome. A mais uma vez rápida conversa, não se estende, mas é como se os dois já se conhecesse a muito. Ela anota seu número, e liga no fim de semana...Ele estava sempre ocupado...Ela resolve curtir o pré-carnaval da Lapa, o chama...Mas ele nunca pode.
Então ela começa a desistir, mas antes que o fizesse por definitivo, resolve se dar mais uma chance, e liga na quarta feira. Marcam. Ela chega liga para avisar. A sua espera, deixa que a imaginação flua...Pensa mil e uma coisas: como ele vai estar? Se ele gostaria dela? Se ascenderia um cigarro? E se ele não fumasse?...Ele chega, ela olha, eles conversam,Passeiam por um shopping local – detalhe: ambos detestam shopping, e por mais perto q fosse, ambos jamais o conhecera. Riem juntos...Se divertem...tudo se encaixava: o estilo de música; a preferência por chocolate branco; o time para qual torcem...o gosto pela observação da lua e das estrelas...Tudo na mais perfeita harmonia...Seu celular tocava de tempo em tempo, mas tudo parecia tão perfeito, que ela pouco se incomodava. Depois de tanto conversarem, os olhares se cruzam ela o olha da mesma forma que o olhou no trem, sem graça. E o engraçado é que este foi justamente seu comentário. E em fim um beijo acontece. É então que ela percebe de fato que ainda corre sangue em suas veias, que ela não morreu pra novas aventuras, e que muita coisa vale a pena. E o principal, apesar do romance não ter engatado de fato...- Esses dois ainda têm muita historia pra contar...Cada uma do arco da velha... - É que a moça sentiu-se nova outra vez, sentiu-se inocente como em sua curta juventude...Eu vou ficando por aqui,mas como disse muita coisa aconteceu,e eu volto com o restante da história desse casalzinho complicado,que até o último conto que escrevi sobre os dois ainda posavam de bons amigos...
A Pescadora e a Viajante

Um anjo lindo entrou na arena,
Mexeu com ela, e a fez querer.
E assim se apaixonou...
Pediu a ela sua atenção
Sua essência
E seu coração
De primeira negou
Depois se entregou
Se se arrependeu
Nem sabe dizer
Mas parece que não
E sabe por que?
Porque ela se prendeu
Tanto, tanto
Aos momentos bons
E agora, que vencida
Pelo cansaço ríspido
Está neutralizada
Esta é a palavra!
Eureca! Eureca!
A deixe em paz, em paz
Só a deixe ter paz, ter paz
Sentir essa paz,vier essa paz
Calma e serena levanta a cabeça,
Sacode as madeixas
E caminha pelo vale da certeza incerta
Que a cerca
Mas de bem, de boa
À toa, á toa
Feliz e contente
Pra frente, pra sempre!