MADA

Estava eu feliz e contente no meu trabalho ( ainda em treinamento ), quando de repente uma voz lá no fundo do corredor avisa: “ vocês estão liberados para assistir a palestra do MADA!!!”
Eis então que me indaguei: “será que é aquele grupo de um bando de mulheres que amam de mais que passou numa novela doida aí das oito???”
Dito e feito!
Eis então que peguei o elevador achei a sala e me sentei, e começou a ladainha: “Meu nome é X, e há nove anos estou no MADA [...] o tratamento é constante, doentes do amor são doentes crônicos, nunca deixam de ser doentes [...] quando entrava no elevador e tinha uma mulher dentro, pensava: deve ser com essa p... que ele ta trepando, por isso não que mais nada comigo!!!!”
Eu juro que na hora, talvez pelo estado emocional da mulher, fui solidária, e até senti pena, ou melhor compaixão dela...
Mas depois quando cheguei em casa, que até pensei ( e o fiz ) em mencionar as reuniões para uma amiga próxima, fiquei com aquilo na cabeça: será que o MADA capta mesmo mulheres que amam de mais? Ou as que amam de menos? Ou as mal amadas?
Cara, todas têm mais ou menos o mesmo perfil: carentes na infância, nerds no colégio, dependentes e envolvidas com pessoas dependentes, gostam do cara com cara de mal e mulherengo, foram esnobadas ou até mal tratadas pelos seus parceiros ou pretendidos... sabe, umas coisas assim que não entram na minha cabeça...
Acho sinceramente que elas amam a si mesmas de menos.
Em primeiríssimo lugar, se você não se ama, não há no mundo qualquer ocasião que te faça sentir amor verdadeiro ( sem interesses ou neuras ) por outra pessoa! E em segundo lugar como pode não conseguir perceber o tipo de pessoa que te faz bem e o tipo que te faz mal????
A vida ensina muito, a gente bate, apanha, sofre, chora, ri, gargalha, cai, levanta, anda corre, se sacrifica, se cansa, mas a praia é pública, e todo mundo vai na que mais lhe agrada! Como com homem ou com amizades pode ser diferente???
Como não conseguem aprender com tantas oportunidades que a vida lhes dá???
Certa vez uma amiga me fez a seguinte pergunta: “ porque comigo, e de novo?”
Eu a pedi cinco minutos. Ela aguardou. Após o tempo solicitado disse bem assim: “ caríssima, será que é tão difícil entender os sinais? Será que em algum momento você vai entender o ‘por que você e de novo?’? Olha só cara se você ta na escola e não passa numa determinada série, você não repete? Então gata, é mais ou menos isso. Só não vai acontecer de novo o dia que você aprender a lição, é assim que a vida mostra pra gente onde estamos errando e ás vezes não adianta outra pessoa avisar, você vai ter que aprender sozinha...”
Cara, acho muito legal o trabalho das meninas de resgatar mulheres com esse tipo de problema, mas acho que elas precisam mesmo é de uma dose dupla e bem forte de auto estima.
Não que elas não o façam, mas continuo achando que o problema não é amor de mais, e sim de menos.