quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Girassol


O girassol que eu te dei pra brincar de bem-me-quer-mal-me-quer
Hoje está despetalado na parede do teu quarto
Encharcado com as nossas lagrimas de dor.
Entre início e fim, eu fiquei com o meio, e você nem ficou.
Perdida no tempo, num espaço inconstante.
Nem sei se é de verdade
Mas assim prefiro eu pensar...
Que está a procura de alguém como eu.
Lembrando das sementes que despejamos em nossas camas,
Dos meus cabelos nos teus lençóis,
Dos meus beijos nos teus lábios
Do medo de perder o que se achava ter.
Contudo assim, não dói mais.
Assim é mais fácil de enfrentar
Agora eu sei das minhas coisas
E ela deve saber das dela
E o girassol se manteve voltado pra onde deixamos de estar
E se despetalando e se encharcando
E secando a cada raio de sol que recebe com ardor
Com pesar, culpa, com o que sabe-se lá.
Se era amor eu não sei, nem saberei...
Só sabemos que viramos em esquinas diferentes
E que a gente pode vir a se esbarrar
E diremos “bom dia!”
E pensaremos “ como vc ta?”
E “há quanto tempo... que saudade...”
Mas daremos ás costas uma a outra
Pois sentimos pressa em plantar novos girassois.

Nenhum comentário: